No Jornal do Fundão, em artigo muito interessante assinado por David Caetano dedicado à Senhora da Penha da Gardunha, pode ler-se o seguinte : “O relato de alguns episódios mostra bem que esta romaria era tudo menos monótona, referindo-se, entre “rixas indecentes e criminosas”, a cruz de prata processional das gentes de Castelo Novo, que estava toda amolgada das pedradas que tinha levado, ou ainda o episódio da destruição acidental da própria imagem de Nossa Senhora da Serra, por um grupo de moradores de Valverde, tendo esta acabado por ser substituída por uma outra imagem custeada pelas gentes do Souto da Casa.” Interessante e curiosa é a menção do grupo de moradores de Valverde que destruiu a imagem da santa.Não que seja uma novidade para mim esta revelação,pois que de há muito a conhecia e a considerar pouco realista.Sei que lendas e historietas pululam no imaginário popular e como diz a tradição, quem conta um conto acrescenta-lhe um ponto Aqui chegado começo a lembrar-me de que um dia alguém classificou o povo de Valverde como sendo originário dos Lusitanos,mas dos Lusitanos guerreiros. Daqueles que o romano invasor catalogou como sendo o povo que não se governa nem se deixa governar! A minha curiosidade é a de saber se tal empreitada terá sido executada por um desses comandos residuais adormecidos.É que para tal investida teriam de passar,pelo menos,por territórios de outras duas freguesias, e sabemos como era difícil a circulação entre vizinhos. A ter sido assim,aquele grupo de moradores executou,como agora se diz em linguagem bélica, uma excelente operação com resultados desastrosos,visto terem destruído a imagem da santa ainda que acidentalmente. Lembro,também, que quanto a questões de santos o nosso imaginário colectivo tem dessas lendas e histórias bem vivas.Estou a lembrar a lenda do São Miguel conhecida por todos os valverdenses como uma questão até hoje mal resolvida e não aceite.Sabiam que todos os anos os romeiros de Valverde se dirigem à feira noutra localidade e que tem o nome do santo padroeiro desta terra? Sabiam da discórdia havida entre vizinhos ,na década de 60 do século passado,por causa de um outro anjo ,este da guarda,que teimou em mudar de pedestal duas vezes em escassos quinze dias? Acho que de santos temos bem o quanto nos baste.Afinal os de Valverde não são nenhuns santos! Talvez por tudo isto, ocasionalmente terá chegado à capital tal fama , um tal impostor de relvas decidiu castigar de forma soez os tais decendentes lusitanos.E,lá pensou( pensa?) que era preciso acabar com tal raça.Consultou uns energúmenos locais e a vingança saiu em forma de lei.Já que tal gente não se governa nem se deixa governar,acabamos já com a sua autonomia de séculos e reduzimo-los à prepotência municipal. Se nas considerações acima aduzidas as coisas são levadas “para o lado da brincadeira” , a ultima referência é,por enquanto,uma triste realidade. Por fim, o melhor é encarar estas coisas com espírito aberto,com jovialidade e bons humores.O melhor é irmo-nos rindo,por que rir faz bem ao corpo e à mente.
. A Capela
. A Carvalha de São Domingo...