BORBOLETAS
Era uma manhã de frescura de um sábado cálido de Verão.
E, eu vi-te! Vi-te?
Esvoaçavas numa saia branca de pontas que se moviam com a graça das asas de uma gaivota alcalina.
O teu braço gesticulava remando um barco governado por uma vontade ignorada de um Ulisses bolinando à vela na miragem de uma Tróia ,fascinado pelo canto de beleza de uma Penélope ou Helena fugidia.
A força do braço pareceu-me lançar o barco para as águas turbulentas que estão na frente da desumana paisagem das gentes que se desconhecem.
Pensei que fugias. E, fugirias de quê?
Talvez da brisa ou da paisagem, da incerteza da vida ,ou tentavas voar para outro sonho mais irreal tentando ignorar o real que atrás de ti estava.
Não sei! Sei que olhei e num instante te perdi.
Lembro-me de ter visto uma borboleta de asas brancas e corpete esverdeado agitando frenética as asas ,fugindo da metamorfose que desdenha projectos e futuros.
Vi-te?
Eras uma borboleta…