"O valor das coisas não está no tempo em que elas duram, mas na intensidade com que acontecem Por isso existem momentos inesquecíveis, coisas inexplicáveis e pessoas incomparáveis" Fernando Pessoa
Neste tempo de dificuldades queria aqui recordar o que se viveu há um século atrás com a chamada febre pneumónica.Na Acta de 10 de Dezembro de 1918 da Junta de Freguesia de Valverde pode ler-se o seguinte: Foi alargado cemitério com 30 metros de comprimento e 20 metros de largura. por causa da "epidemia que atormenta o Povo.Anda por cá tudo doente;é um mal que nem se entende;dor de barriga,dor de cabeça,soltura...anda tudo amargurado".Naquele tempo difícil houve quem escrevesse para a memória dos Valverdenses.Agora sem freguesia nem passaremos à história porque não haverá memória . Boa sorte para todos !
Como os tempos que vão correndo são de enormes tensões,as conversas ,muitas vezes, desandam para o trivial. Vem isto a propósito da primavera que está para chegar e da variada passarada que já por cá cantarola.Disto desta forma a conversa caiu num passaroco a que se dá o nome de cuco que observado em” voo tem grandes asa afiladas ,a cauda comprida e a cabaça pequena que recordam uma ave de rapina.Quando pousado,muitas vezes num fio telefónico,surge desajeitado e mal proporcionado,parece ter dificuldades em fechar as asas”. Tem o canto característico e facilmente identificável e repetido:cuc-cuu.Mas esta espécie não faz ninho,põe os ovos nos ninhos de outros pássaros. É,portanto, um parasita.Mais ,diz-se que mija nos espargos e que os torna duros e incapazes de serem cozinhados.Não sei se o passaroco terá assim uma tão grande capacidade de molhar todos os espargos,mas ao ouvi-lo cantar preguiçoso e repetitivo fica-se com má impressão .Lembro ,ainda, que se costuma dizer “este não chega a ouvir cantar um cuco” quando se refere a uma criança débil. Mas,o pior de tudo é ser um parasita.Pois, até ser descoberto e ser corrido à pedra. O embuste não dura sempre
. A Capela
. A Carvalha de São Domingo...