Dia 1 de Novembro foi Dia de Todos os Santos Dantes era dia em que a garotada pela manhã saía a pedir o santoro.A garotada em grupos e com uma bolsinha de pano percorria a aldeia e ia batendo às portas.Quando a dona da casa acudia gritavam em coro : dê-nos lá um santorinho! Recebiam,quase sempre, peças de fruta da época(maçãs,pêras etc)`,às vezes uns rebuçados ou uns tostões e lá seguiam para outra porta. Por fim dividiam igualmente entre todos o seu santoro;palavra talvez derivada de sanctorum (do latim dos Santos). Neste dia também os afilhados recebiam dos seus padrinhos o seu santoro.Para tanto o afilhado abeirava-se do padrinho e dizia-lhe: a sua benção meu padrinho. O padrinho esticava-lhe a mão direita que o afilhado beijava respeitosamente e responndia-lhe : Deus te abençoe meu afilhado!Recebia em troca uma palmadinha na cara e uma moeda ou uma notita. Ainda se lembram? Este é também o dia em que aconteceu o terrível terramoto que arrasou Lisboa em 1755. Neste dia também se lembram os finados, mas o dia exacto é o dia seguinte :dia dois.
Mão amiga (obrigado) fez-me chegar o seguinte texto.* “ E concluímos com a freguesia de Valverde.A partir de comparações com as áreas mais próximas,é de presumir a fundação e (re)povoamento da primitiva aldeia (ou “quintã” de Valverde)pela primeira metade do século - lembremos a este propósito,entre outras,a Aldeia do Alcaide,a Aldeia do Abade,e depois a Nova das Donas),a Quintã do Fundão a uns escassos 3 Km,qualquer destes lugares seus prolongamentos naturais.A documentação antiga também não é muito explícita quanto à exacta localização do primeiro foco habitado,com maior ou menor continuidade ,mas consta que no lugar de Pouca Farinha,junto à ribeira do mesmo nome(entre Valverde e Fatela),onde também se chamavam Rascas Velhas ,existiu uma antiquíssima e notável construção ,medieva “torre castelã” edifício senhorial… Com efeito tal sítio já vinha citado no foral de João Viegas(1204), e pelos meados do século XVIII ainda havia «memória de umas pedras a que chamavam Rascas Velhas (…)que se achavam estre Peroviseu e Valverde». Sabemos que ,por volta de 1750 ,delas se tirou pedraraia para a feitura da casa da câmara e cadeia da nova sede concelho (Fundão);e mais se sabe ,pelo Tombo de 1395,que havia por ali a esse tempo ,disseminados pelos campos,muitos casais,uns em actividade e habitados,outros em ruínas ou semi-arruinados (pardieiros).Por conseguinte ,não podem restar dúvidas de que também este território foi repovoado no âmbito da Beira d’Ocaia e pela mesma altura.Penso até poder afirmar,ainda com base no mesmo Tombo,que a propriedade régia destas bandas fundanenses apresentava então sólida consistência e bons índices de aproveitamento. Para a constituição de uma freguesia ,fundamental era haver sede paroquial.E houve.Tal como a maioria das Igrejas vizinhas,a Igreja de Santa Maria de Valverde encontra-se documentada desde 1320.” *Prof.J.Candeias da Silva .Revista EBUROBRIGA nº 8,2015. Depois disto só me apetece comentar o seguinte: uns bonecos incultos e desmiolados desfizeram uma história de séculos.Nem é preciso nomear,todos sabemos quem são.
. A Capela
. A Carvalha de São Domingo...