Acontece no próximo sábado,dia 9,o Dia da Freguesia e a RCB (Rádio Cova da Beira) vai estar em transmissão directa da nossa freguesia entre as 11 e as 13 horas.
Faz hoje noventa anos que se procedeu à partilha do Carvalhal do Povo.Mas o povo de Valverde sempre foi muito cioso em guardar o seu Carvalhal.Reparemos no que se encontra lavrado na Acta de 1872:
No dia 27 de Outubro de 1872 a Junta da paróquia reunida em Sessão extraordinária analisou um ofício da Administração do Concelho para se pronunciar sobre a alienação dos baldios, em cumprimento da Circular nº 22 que alertava para o cumprimento da Lei de 28 de Agosto de 1869 ,que alertava para qual da formas estabelecidas adoptavam para a desarmotização dos baldios da freguesia.
A Junta deliberou informar o Sr Administrador da seguinte forma : “somos a dizer-lhe o seguinte :que nesta terra não há baldios; há apenas um Carvalhal do Povo,única e exclusivamente onde os habitantes desta pequena freguesia se vão munir de lenhas; e privados que fossem de tal direito ,ficarão todos reduzidos à miséria ;o pobre com a necessidade vaixaria a propriedade alheia quantas vezes o imaginam. E o proprietário com a sua propriedade sujeita a quantas vaixassões lhe quiserem fazer.Nada mais se nos oferece dizer.”
Nota – aqui vaixaria/vaixasões quer dizer vexar,isto é,fazer passar alguém por vergonha,oprimir,atormentar,humilhar.
Isto garante que esta freguesia nunca teve vergonha de dizer que não gostava de ser oprimida ,atormentada e ,muito menos , humilhada.
A extinção dos morgadios (1863) e a mobilização dos bens das câmaras municipais e dos baldios ,usufruídos pelas populações,eram medidas que se integravam no movimento geral das reformas tendentes à realização integral da alodialidade da terra.Alodialidade – terra livre de encargos;propriedade não foreira
“ … mais tarde , o Ministério do Duque de Loulé,José Luciano de Castro e Anselmo Braancamp (Partido Histórico)publicou um outro decreto (28 de Agosto de 1869) que tornava a desamortização extensiva aos passais dos padres,aos baldios e aos bens dos estabelecimentos de ensino.Assim,apenas ficavam excluídas as residências paroquiais e terrenos anexos «indispensáveis ao uso pessoal do pároco»,e os edifícios e prédios necessários às escolas e ao «logradouro comum dos povos,dos municípios e paróquias»; a isto se chamava a desamortização,sendo que o Carvalhal era do povo(logradouro comum dos povos) não necessitava ser desamortizado (dissolvido
. A Capela
. A Carvalha de São Domingo...