Num destes dias em conversa corrente sobre coisas antigas alguém atirou :
-Este aqui é da terra do nada não.
Ao que eu retorqui sem amargura:
-Sim,sim.Sou da terra do nada não,mas também da terra do bem haja.
E, o remoque ficou por aqui.
Convém esclarecer que a expressão (nada não) não tem qualquer conotação redundante ou contraditória.É apenas uma forma respeitadora de responder
Ao responder ao Inquérito paroquial de 1758 o Cura de Valverde diz no item 16 o seguinte : « Tem juiz pedaneo,subjeito à vila do Fundão ».Dizia-se juiz pedaneo dos juízes que nas aldeias julgavam de pé e que funcionaria com um conselho de 6 homens bons,um procurador e um escrivão.Resolviam localmente os casos menos complicados sem necessidade de subirem a instâncias maiores.
Vem isto a propósito por que na Acta da Junta de 7/8/1870 numa das deliberações consta o seguinte :« publicitar a arrematação da ervage do Carvalhal do Povo,desta freguesia ,assim como a renda da Casa da Câmara por Editais em lugares públicos»,«podendo o Juiz fazer ali a sua justiça se assim o quisesse».Na acta de 31/10/1879 a Junta de Freguesia oferece a Casa do Povo ,situada na Rua do Terreiro,para instalação da Cadeira do Ensino Primário e em 17/2/1884 a Junta delibera «a venda da Casa do Povo para ajudar as obras da Escola»,já que a nova Constituição terminara com estes juizados.
. A Capela
. A Carvalha de São Domingo...