No próximo Domingo vão encerrar-se as celebrações do 60º aniversário do Desportivo.Anuncia-se grande movimentação e prepara-se a tentiva de bater um recorde destinado à entrada no Guiness Book..Vai ser confeccionada uma omeleta de 3 metros de comprimento.Vão ser necessários 360 ovos,5 Kg de chouriça,1 Kg de cebolada picada,salsa q.b. e outros tantos ingredientes.
Quem quiser provar e testemunhar apareça no Pavilhão a partir das 18 h e 30 m.
Haverá ainda para degustar um porco assado no espeto.Tudo gratuito,incluindo a bebida.
O Grupo Desportivo de Valverde é a instituição associativa mais antiga do concelho e 60 anos são a vida de algumas gerações.Está cada vez mais novo!
Largo dos Arais
Este nome quererá,possivelmente, indicar que a partir dali é a saída da zona urbana da freguesia para terras aradas,isto é,para terras lavradas com arados para fins agrícolas.
Largo do Terreiro da Coxa
Nome interessante de que desconheço a origem,indicando ,talvez,que por ali morasse uma senhora com defeito físico nas pernas.
LARGO DA FONTE
Junto à Fonte da Cale.Esta fonte é a mais antiga de todas e nela se encontra inscrita uma data de 1705,sendo ,também, por isso chamada de chafariz velho. A origem do nome significa que a água corria por um cano (cale).No,entanto, esta fonte encontra-se ligada a histórias de namoros e amores.Noutros tempos as raparigas iam á fonte com seus cântaros à cabeça com o fim de acarretarem água para suas casas.Mas nem só este motivo as levava a ir várias vezes à fonte ao entardecer.Procuravam sobretudo encontrar-se com os namorados ou seus conversados.
Largo de São Sebastião
Junto ao Chafariz de São Sebastião ou Chafariz do Mártir,construído em 1858 ,porque ali existiu a Capela de São Sebastião que foi mudada para o Carvalhal em 1919.
Largo da Corredoura
Recebeu o nome da fonte que lhe é próxima .A Fonte da Corredoura foi construída em 1914 para aproveitar as águas que corriam de forma desregulada.O nome de corredoura virá,talvez, de estar localizada num caminho estreito.O actual largo encontra-se bastante mais largo por terem sido abatidas duas oliveiras que ocupavam um lugar central de proeminência elevada.
Largo da Lage
Aqui não há dúvidas,assim se chama por que ainda hoje é visível que ali houve um grande pedra ou lage,que servia para secar o milho ,o feijão e outros cereais.Em documentos antigos aparece,também, escrito como Largo da Lajem.
Largo da Cruz das Almas
Á saída de Valverde para o Carvalhal deve o seu nome à Alminha que se encontra na parede do edifício que foi uma antiga forja.
Não se ouve outra coisa: aeroporto para aqui,aeroporto para ali,um mais um ,e tantas mais bazófias que só servem para atrasar.
Neste imbróglio de aeroportos chegou a vez de ele ser atribuído a quem tem o direito adquirido pela antiguidade. Se o aeroporto tem de ser posto em algum lado ,então,ele,terá de ser instalado em Valverde/Carvalhal! Já lá vão quase 88 anos que nos candidatámos e os outros são todos muito recentes. Andámos sempre na frente dos outros. Cá com a malta nem se mete,os pacóvios lisboetas nunca tiveram olhos de futuro. Os valverdenses sempre souberam ler nas estrelas o futuro.
Aqui está a prova de que o aeroporto só poderá ser construído em Valverde/Carvalhal.
Leia-se,a seguir, extracto da Acta da Sessão de Junta de Freguesia em 1919.
Aos dois dias do mês de Outubro de 1919 na sala das sessões da Junta de Freguesia reuniu em sessão extraordinária a Junta de Freguesia “para apreciar e deliberar sobre o alvitre apresentado pelo cidadão B. A. A. e que consiste no seguinte: Como é sabido ,todos as nações estão,neste momento,fazendo convergir as suas atenções para um dos problemas máximos da actualidade - a aviação.E mais restritamente ,entre nós,vem-se constatando dia a dia um patriótico movimento em favor do desenvolvimento da aviação.Assim vemos as Câmaras Municipais de todo o país acorrerem pressurosas ao apelo lançado pelo importante Jornal “O Diário de Notícias” oferecendo todo o seu concurso moral e material em prol da aviação. Nesta ordem de ideias lembrava o referido cidadão a conveniência de esta Junta por à disposição da Câmara Municipal do Fundão o terreno necessário para a construção de um campo de aterragem de aeroplanos no sítio denominado o Carvalhal do Povo e que é propriedade desta Junta.Foi este alvitre posto à discussão e apreciação pelo Presidente,deliberando esta Junta por unanimidade ceder à referida Câmara Municipal do Fundão no sítio denominado o Carvalhal do Povo o terreno necessário para a construção do dito campo de aterragem “.
Perante isto, faça-se justiça - O Aeroporto para Valverde/Carvalhal,já!!!
Desta forma entramos nós e acaba a discussão entre todos esses inteligentes que discutem aeroportos como quem discute copos de vinho.
E esta,hem?
Os largos da freguesia
Uma das coisas que a POPUVAL veio fazer ressurgir foi a importância dos largos da freguesia. E são vários: Largo da Amoreira,Largo do Espírito Santo, da Corredoura,da Lage,do Outeiro ,do Boeiro,da Cruz das Almas,de São Sebastião,dos Arais,Terreiro da Coxa,da Fonte ,o Arraial.
Os largos são lugares espaçosos onde desembocam várias ruas, têm um nome,uma história e sempre foram de grande utilidade para a terra.
O Largo da Amoreira ou Largo da Praça
O Largo da Amoreira ,o maior da freguesia, deverá o seu nome a ter ali existido uma grande amoreira.É sabido que com a instalação da fábrica da seda no Fundão,mais exactamente no edifício que hoje alberga os Paços do Concelho, a mando do Marquês de Pombal se plantaram amoreiras em grande quantidade ,para satisfação da produção da seda na fábrica do Fundão.Ora,é muito comum em várias terras do concelho haver um largo ou uma rua com o nome de amoreira.É,também,sabido que por volta do ano de 1867 esta árvore foi atacada por um bicho ,moriens,que dizimou a grande maioria das amoreiras que tanta importância tiveram na economia desta zona.
Anteriormente o Largo da Amoreira também foi conhecido como Largo da Praça. Este nome advém-lhe de onde? Largo da Praça por ser o maior.Aqui se juntava o povo para as suas grandes manifestações comunitárias.Aqui se vendiam os produtos agrícolas produzidos na freguesia ou oferecidos por comerciantes ambulantes (ainda hoje muita gente se lembra de vir o peixeiro/sardinheiro vender aqui).Aqui se realizavam os espectáculos de circo ambulante que de vez em quando visitavam a nossa terra.Aqui se realizou um último espectáculo de fantoches que nos visitou (e ainda me recordo chamava-se de Zé Broas e mais qualquer coisa que não posso lembrar).
Mas este lugar da Praça era o lugar onde os trabalhadores rurais se juntavam oferecendo seu trabalho braçal aos proprietários que os quisessem contratar para as suas terras. Aqui o proprietário contratava os jornaleiros que precisava e a quem pagava uma jorna que aqui era combinada.
Jornaleiro era o trabalhador rural que trabalhava ao dia e que recebia em troca a jorna ou salário diário.
Era ,também, aqui que aos domingos os patrões acertavam as contas com os seus trabalhadores que viviam nas quintas.Eram chamados de pessoal da folha.Quer isto dizer que este residentes nas quintas trabalhavam a tempo certo para um grande proprietário agrícola e que aos domingos vinham receber o seu salário (fazer a folha) e vender alguns produtos agrícolas. E Esta cerimónia era de tal maneira importante que o Pároco da freguesia justificou em 1858 em Acta da Junta da Paróquia a mudança da hora da missa dominical para o meio dia,a fim de que os habitantes da folha a ela pudessem assistir e tratarem em seguida dos seus assuntos.
Daí que até ainda há poucos anos se ouvisse chamar de pessoal da folha às pessoas que moravam no campo.
Ouvi na Rádio o Sr Vereador da educação dizer que ,finalmente,as obras de recuperação da Escola de Valverde vão arrancar e que estarão prontas antes do começo do novo ano escolar.Assim seja!Mas é triste ouvir aquele Sr dizer que a escola de Valverde é uma das maiores do concelho.O Sr Vereador da educação(?) não saberá que a escola de Valverde é a que tem maior frequência de entre todas ,exceptuando a cidade,no concelho?
Bem,façam-se as obras que já não é sem tempo.
Não sei se as entidades organizadoras do evento já reuniram e avaliaram o acontecimento.Quanto a mim subscrevo o que me foi respondido por alguém que prezo, e que à minha pergunta :- A POPUVAL esteve boa,não acha? A resposta foi: -falta aí o qualitativo do adjectivo.Esteve muito boa!
Claro,não foi perfeita e nem podia ser.Mas ver a nossa terrinha mexer-se do cimo a baixo,percorrer as ruas entre pequenas multidões que entupiam tudo,ver a alegria estampada nos rostos de toda a gente,saborear os petiscos aqui e ali,e ver a alegria com que se ostentava aquele pequeno copo atado com um simples baraço (grande ideia),faz-me acreditar,e cada vez mais,que este Povo de Valverde tem uma identidade muito forte e muito própria.Divergimos muitas vezes,mas somos capazes de nos unir sempre que haja motivo para celebrar a nossa vivência colectiva .
Parabéns para os organizadores,aqueles que com o seu trabalho montaram e nos ofereceram dois dias memoráveis.Obrigado! A partir daqui cresceram,também,as vossas responsabilidades que eu sei que sois capazes de assumir.
Afinal,o poeta tem razão: «e sempre que um homem sonha o mundo pula e avança».
Agora que o tempo já vai quentinho, e antes que a POPUVAL comece ,é bom pensar em fazer um comes e bebes no campo.Para isso não há nada melhor que um bom farnel e uma melhor companhia.A tudo juntaremos a poesia de Cesário Verde(1855-1884) de quem se diz ter sido o primeiro poeta ecologista.
De tarde
Naquele «pic-nic» de burguesas,
Houve uma coisa simplesmente bela,
e que,sem ter história nem grandezas,
em todo o caso dava uma aguarela.
Foi quando tu,descendo do burrico,
foste colher,sem imposturas tolas,
a um granzoal azul de grão-de-bico
um ramalhete rubro de papoilas.
Pouco depois,em cima duns penhascos,
nós acampámos,inda o sol se via;
e houve talhadas de melão,damascos,
e pão-de-ló molhado em malvasia.
Mas,todo púrpuro,a sair da renda
dos teus dois seios como duas rolas,
era o supremo encanto da merenda,
o ramalhete rubro das papoilas
Do Livro de Cesário Verde.
Poesia simples de coisas simples!
Bom apetite.
Ao folhear a revista Notícias Magazine de 20 de Maio,páginas 62,encontrei uma cara conhecida:
Joaquim Candeias.Esse mesmo.Filho do Joaquim Candeias,sapateiro.Arquitecto de formação, diz-se sempre atraído pelas imagens.Inventou um ecrã gigante,o Lusoscreen,cobiçado pela poderosa marca japonesa Sanyo.Começou com muitas dificuldades,e ,pode ler-se,até teve de vender a sua casa para iniciar a produção do ecrã num armazém de azeitonas.Encontra-se agora instalado na Zona Industrial de Palmela produzindo e exportando o seu ecrã para todo o mundo.Um destes exemplares está instalado no Café Portugal no Fundão.
Parbéns para o nosso ilustre conterrâneo e amigo e a mensagem de que muito nos honra e à nossa terra.
. A Capela
. A Carvalha de São Domingo...